No vídeo, é possível ver policiais militares com câmeras acopladas em coletes amarelos, atuando em uma avenida e ajudando pedestres a atravessar a rua na faixa de pedestres. Essas câmeras operacionais portáteis foram introduzidas nos uniformes dos agentes desde a última terça-feira (16).
De acordo com a PM, essa iniciativa faz parte de um levantamento realizado no ano passado, que permitiu a redistribuição de aproximadamente 400 câmeras para os dois batalhões de trânsito da capital paulista. A medida visa aumentar a presença de policiais equipados com câmeras nas ruas, sem prejudicar as unidades que já possuíam o sistema.
A falta de câmeras corporais tem sido uma questão abordada recentemente pelo governador Tarcísio de Freitas. Durante uma entrevista, ele afirmou que não há câmeras suficientes para equipar todos os policiais militares, o que tem dificultado a obtenção de imagens em casos de confronto com criminosos.
A Operação Escudo, que foi deflagrada após o assassinato de um soldado da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, resultou em confrontos e mortes na Baixada Santista. Segundo o Ministério Público de São Paulo, as imagens das câmeras corporais enviadas à Promotoria mostram registros de confrontos em apenas três dos 16 casos investigados.
Através desse novo método de realocação de câmeras, a Polícia Militar busca reduzir a transparência em situações em que a presença dos equipamentos é essencial, sem diminuir o número total de dispositivos disponíveis. Desde 2019, parte dos policiais militares já utiliza câmeras acopladas nos uniformes.
Essa estratégia também já foi adotada na Companhia de Engenharia de Trânsito (CET) da cidade de São Paulo. Desde setembro do ano passado, agentes da CET utilizam câmeras corporais para diminuir a violência contra os funcionários que atuam no trânsito. No total, são 700 câmeras em um contrato de 30 meses, com um custo total de R$ 12,9 milhões.
A PM informou que está realizando estudos para expandir o programa de câmeras corporais para outras regiões do estado, como o litoral e o interior. Também estão sendo avaliadas novas tecnologias e funcionalidades, como a leitura de placas e a comunicação bidirecional entre a câmera e a central de comando. A infraestrutura da rede móvel também está sendo analisada, pois novas funcionalidades dependem da qualidade desse serviço para a transmissão de dados em tempo real.