No entanto, Wassef negou que tenha sido designado para reaver o relógio que havia sido vendido ilegalmente no país anteriormente. O objeto em questão foi um presente de autoridades sauditas ao ex-presidente Bolsonaro durante uma viagem oficial em 2019 à Arábia Saudita e ao Catar. O relógio foi levado para os Estados Unidos, onde Bolsonaro viajou às vésperas de deixar a Presidência, e foi vendido de forma ilegal pelo então ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
De acordo com a Polícia Federal (PF), o relógio faz parte de um conjunto de objetos de alto valor apreendidos em uma operação realizada em agosto. Segundo a legislação brasileira, qualquer objeto de valor alto presenteado a uma autoridade do governo é considerado patrimônio da União e não pode ser vendido. Por isso, o Tribunal de Contas da União (TCU) deu um prazo de cinco dias úteis para que o relógio e os outros itens do kit fossem devolvidos.
Durante a coletiva, Wassef levantou dúvidas sobre a autenticidade do relógio e afirmou que a compra não foi ilegal, pois foi realizada com dinheiro próprio e durante uma viagem pessoal aos EUA. Ele também afirmou que o dinheiro foi pago em espécie para facilitar o registro do comprador, de acordo com a legislação americana, e obter um desconto. O advogado apresentou um recibo de compra em seu nome no valor de US$ 49 mil, destacando que economizou dinheiro para o governo, já que o relógio teria um valor muito maior.
Quando questionado sobre como o relógio retornou ao país, Wassef preferiu não entrar em detalhes e afirmou que irá relatar essas informações durante seu depoimento à PF. No entanto, anteriormente, o advogado havia negado ter conhecimento das joias presenteadas ao governo Bolsonaro, alegando ser vítima de fake news e calúnias.
Ele afirmou que soube da existência das joias apenas neste ano, através da imprensa, e que nunca esteve envolvido em qualquer negociação ou venda. Wassef também se sentiu ofendido com a visita da PF em sua residência, no Morumbi, em São Paulo, destacando que nada ilegal foi apreendido durante a operação.
No momento, o caso continua sob investigação da Polícia Federal, que busca esclarecer todas as circunstâncias envolvendo a venda ilegal do relógio e o suposto esquema de joias. O advogado segue prestando esclarecimentos e espera-se que mais informações sejam reveladas nos próximos dias.