O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, apoia a ação que busca conceder poder de voto à União na Eletrobras.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou nesta quinta-feira (16) ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer favorável à ação que contesta a constitucionalidade de dispositivos da Lei 14.182/2021, que autorizou a privatização da Eletrobras. A Advocacia-Geral da União (AGU) já havia contestado no STF o trecho da norma que trata da redução da participação da União nas votações do conselho da empresa. Agora, Aras também manifesta seu apoio a essa ação.

A AGU argumenta que a lei proibiu que acionistas exerçam poder de voto maior que 10% da quantidade de ações, o que prejudicou a União, que detém cerca de 43% das ações ordinárias da Eletrobras. A intenção da AGU não é reestatizar a empresa, mas sim resguardar o interesse público e os direitos de propriedade da União.

Ao analisar o caso, Aras concorda com os argumentos da AGU e ressalta que a União era acionista majoritária antes da privatização e foi prejudicada pela limitação no poder de voto nas assembleias da companhia. O procurador considera que o patrimônio da União foi depreciado sem ressarcimento financeiro.

Aras afirma em seu parecer: “Procede o pedido formulado nesta ação direta de inconstitucionalidade, a fim de restabelecer a integridade do patrimônio público, e a União há de recuperar o poder de voto na Eletrobras na proporção de suas ações ordinárias”. Ele ainda sugeriu tentativa de conciliação entre a Eletrobras e o governo federal antes do julgamento do caso.

Vale ressaltar que a privatização da Eletrobras foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro em 2021. A empresa é responsável por um terço da capacidade geradora de energia elétrica instalada no país, além de possuir quase a metade do total de linhas de transmissão.

A ação ainda aguarda análise pelo STF, sendo que o relator é o ministro Nunes Marques. Não há previsão de data para o julgamento. O parecer de Aras fortalece a argumentação da AGU, tornando mais evidente a possível inconstitucionalidade da lei que autorizou a privatização da Eletrobras. Resta agora aguardar o desenrolar do caso e observar qual será o posicionamento do Supremo Tribunal Federal diante dessa importante questão.

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