A estação experimental ocupará uma área de 425 metros quadrados na Cidade Universitária, em São Paulo. As instalações incluirão reservatórios de etanol e hidrogênio, um laboratório, uma sala de controle e um reformador capaz de produzir 4,5 quilos de hidrogênio verde a partir de etanol. A previsão é que a estação esteja em pleno funcionamento até o final do primeiro semestre de 2024.
Com o objetivo de viabilizar compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris, o RCGI é um centro de pesquisa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e conta com o apoio de empresas dos setores de energia e automotivo. Atualmente, o centro está envolvido em 50 projetos de pesquisa que incluem aproximadamente 530 pesquisadores do setor público e privado. O investimento total nos projetos de hidrogênio ultrapassa R$ 182 milhões.
A estação experimental será responsável por aprimorar a eficiência da produção de hidrogênio verde, visando sua utilização em larga escala no futuro. O processo utilizado será a reforma a vapor, no qual o etanol líquido reage com água em alta temperatura para gerar hidrogênio. Além disso, a estação utilizará uma tecnologia inovadora para purificar o hidrogênio.
Um aspecto importante desse projeto é a logística de transporte do hidrogênio obtido a partir do etanol. Diferente do hidrogênio comum, que demanda grandes tanques de aço e alto consumo de energia para ser transportado, o hidrogênio verde pode ser transportado facilmente em caminhões-tanque utilizados para transportar etanol. Essa facilidade logística contribuirá para a replicação global dessa tecnologia.
Além disso, o uso de hidrogênio verde apresenta outras vantagens em relação aos veículos elétricos convencionais. As baterias utilizadas são quatro vezes mais leves do que as baterias dos carros elétricos com carregamento externo. Além disso, o abastecimento de um ônibus movido a hidrogênio é mais rápido, levando cerca de cinco minutos, em comparação com as oito horas necessárias para carregar um veículo elétrico similar.
A estação experimental da USP abastecerá três ônibus cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) do Governo de São Paulo e um veículo cedido por uma montadora japonesa, que circularão exclusivamente no campus da universidade.
Com essa iniciativa inovadora, São Paulo e a USP estão liderando o caminho para a transição energética e demonstrando o potencial do Brasil no desenvolvimento de energias renováveis. O projeto coloca o estado na vanguarda das tecnologias de energia verde e abre caminho para a expansão do uso do hidrogênio como fonte de energia limpa e sustentável.