Considerando os números do mês de julho, a expansão foi ainda maior, chegando a 31%, com desembolsos na ordem de R$ 50,2 bilhões. Esse aumento se deu em todos os setores da economia, com destaque para 11% de expansão na indústria, 17% na infraestrutura, 21% no comércio e serviços, e expressivos 54% na agropecuária.
As consultas, que representam a fase anterior aos desembolsos, também apresentaram um crescimento expressivo, evoluindo 151% em comparação ao primeiro semestre do ano anterior, alcançando a marca de R$ 126,8 bilhões. Esse valor é o maior já registrado em um semestre na história do banco, destacou Abreu. Vale ressaltar o aumento no número de consultas para novos projetos de infraestrutura, que registrou um crescimento de 175% em relação ao ano passado, alcançando o valor de R$ 74,2 bilhões.
No que diz respeito às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), as aprovações de novas operações cresceram 53%, atingindo R$ 18,9 bilhões. Somando-se a isso os R$ 24 bilhões em novos financiamentos a MPMEs provenientes de outros agentes financeiros garantidos pelo BNDES, o apoio a esse segmento totalizou aproximadamente R$ 43 bilhões no primeiro semestre.
OBNDES também apresentou um excelente desempenho financeiro, com uma inadimplência de mais de 90 dias que atingiu o menor valor da história do banco, com apenas 0,01%. O lucro líquido do BNDES no primeiro semestre de 2023 somou R$ 9,5 bilhões, com um lucro recorrente de R$ 3,7 bilhões, uma queda de 45% em comparação aos R$ 6,7 bilhões registrados nos primeiros seis meses de 2022. Essa queda reflete o impacto das devoluções antecipadas de recursos feitas ao Tesouro Nacional no ano passado, que totalizaram R$ 72 bilhões, de acordo com o diretor financeiro.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que a instituição não pretende pagar mais de 25% de dividendos ao Tesouro Nacional, a fim de financiar projetos prioritários do governo que promovam o desenvolvimento econômico, gerem empregos e estimulem o crescimento do país. O objetivo é diminuir a transferência de recursos do BNDES para o Tesouro, de acordo com Mercadante.
Outro destaque do BNDES foi o aumento de 3,4% nos ativos totais do Sistema BNDES, que alcançaram a marca de R$ 706,8 bilhões em junho de 2023 em comparação a dezembro de 2022. A carteira de crédito expandida, que inclui financiamentos, debêntures e outros ativos de crédito, também registrou um aumento de 5%, chegando a R$ 479,1 bilhões em junho.
Do total dos ativos do BNDES, 56% são destinados a projetos voltados para o desenvolvimento sustentável e social. Os desembolsos vinculados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) somaram R$ 32,5 bilhões, equivalendo a 79% do total. É importante ressaltar que R$ 7,2 bilhões desses desembolsos foram relacionados à redução de emissões de carbono.
O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o Tesouro Nacional representam a maior parte das fontes de recursos do BNDES, totalizando 57,5% e 6,7% respectivamente, em junho de 2023. O saldo do Fundo com o banco atingiu R$ 389,5 bilhões. Já o valor remanescente devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional foi reduzido para R$ 45,5 bilhões. O patrimônio líquido do BNDES também apresentou crescimento, atingindo a marca de R$ 140,6 bilhões em junho de 2023.
Diante desse cenário positivo, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, está otimista em relação ao segundo semestre, acreditando que os desembolsos poderão chegar a R$ 120 bilhões em 2023 e alcançar cerca de R$ 200 bilhões até o final de 2026. Esse valor é o dobro do que o banco recebeu até o momento, segundo ele.
Em resumo, o BNDES tem apresentado resultados expressivos no primeiro semestre de 2023, com crescimento nos desembolsos, aprovações para novos projetos e uma inadimplência mínima. O banco continua seu compromisso com o desenvolvimento econômico, sustentável e social do país, financiando projetos estratégicos e apoiando micro, pequenas e médias empresas. A expectativa é de que esse desempenho positivo seja mantido nos próximos anos, impulsionando ainda mais a economia brasileira.