Em entrevista para a imprensa, Harari ressaltou a importância de regulamentar a IA da mesma forma que regulamos produtos, medicamentos e carros. Ele defende que o poder de regular essa tecnologia deve ser compartilhado entre diferentes entidades, como governo, corporações, tribunais, mídia, academia e ONGs. O historiador alerta que ignorar as ameaças da IA em prol de seus benefícios seria um erro, pois a tecnologia autônoma pode criar novas armas, estratégias militares e até mesmo novas inteligências artificiais.
Além disso, Harari aborda o impacto da informação na sociedade contemporânea, comparando-a à comida para a mente. Ele destaca que, assim como a alimentação saudável é essencial para o corpo, uma “dieta de informação” também é necessária para manter a saúde mental e social. O autor alerta para o excesso de “informação lixo”, que pode causar danos à sociedade, assim como o excesso de alimentos não saudáveis afeta a saúde física.
No contexto político, Harari menciona líderes populistas, como Jair Bolsonaro, como exemplos de como a informação pode ser usada como arma. Ele destaca o perigo de um líder autoritário usar a IA para criar regimes de vigilância total, controlando a população de forma ainda mais eficaz do que no passado. Harari ressalta a importância de mecanismos de autocorreção para garantir a segurança da IA e propõe a criação de instituições regulatórias para lidar com os desafios éticos e sociais que a tecnologia traz.
Com sua vasta expertise e visão crítica, Yuval Noah Harari levanta questões urgentes sobre o futuro da sociedade diante do avanço da inteligência artificial e da tecnologia da informação, convidando o público a refletir sobre os impactos dessas inovações na vida cotidiana e nas relações sociais.