Vinculação de governos de direita com o crime organizado é apontada como causa do caos no Equador.

A direita e o crime organizado

Nos últimos anos, temos observado a ascensão de governos de direita em vários países da América Latina. Com essa mudança, as políticas públicas, especialmente as relacionadas à segurança pública, têm se afastado do combate ao crime organizado, focando na perseguição a opositores políticos. Além disso, há fortes evidências de que figuras neoliberais que pregam o combate ao narcotráfico podem possuir relações estreitas com o sistema corrupto.

O Equador é um exemplo perturbador desse cenário. Após adotar a dolarização da economia, o país tem servido de paraíso para a lavagem de dinheiro do narcotráfico. A ex-presidente do Equador, Guilhermo Lasso, teve um papel fundamental nesse processo, abrindo espaço para a lavagem de milhões de dólares e permitindo que o crime organizado crescesse enquanto as autoridades se concentravam na perseguição política.

Após a queda de Rafael Correa, em 2017, acusado de operações paralelas à Lava Jato brasileira, os sucessores aderiram ao neoliberalismo, o que resultou em uma deterioração das instituições e dos direitos coletivos. Em apenas quatro anos, o Equador viu um aumento significativo na violência e no narcotráfico, passando de cinco mortes violentas por 100 mil habitantes para 43. Isso é reflexo do crescimento do neoliberalismo e das mudanças nos fluxos de tráfico de drogas.

A situação no Equador levanta questões importantes sobre a relação entre a direita e o crime organizado. A mídia comercial tem omitido as verdadeiras causas desses problemas, favorecendo a manutenção do modelo econômico neoliberal. Além disso, a tendência de radicalização da direita, com medidas como colocar militares nas ruas, demonstra que a situação pode piorar ainda mais.

Diante desse cenário, é essencial abrir espaços para a comunicação e o debate sobre as causas reais do problema. O apoio de espaços de comunicação é fundamental para evitar a vitória do discurso das elites neoliberais, que pregam a ideia de que a paz vem com bala. É necessário questionar e desafiar essa narrativa, a fim de buscar soluções eficazes para combater o crime organizado e garantir a segurança e os direitos dos cidadãos equatorianos.

Esta situação tem levantado preocupações sobre o futuro do Equador e sobre os possíveis desdobramentos dessa aliança entre a direita e o crime organizado. O silêncio e a omissão da mídia comercial em relação às evidências desse cenário só contribuem para a perpetuação dos problemas. Portanto, é fundamental que jornalistas e veículos de comunicação independentes assumam o papel de informar sobre a realidade do Equador e promover o debate sobre as questões que afetam a vida dos cidadãos desse país.

Em um contexto tão complexo, é imprescindível que a mídia cumpra seu papel de informar a população sobre os verdadeiros desafios enfrentados, questionando as narrativas dominantes e buscando soluções eficazes para garantir a segurança e o bem-estar de todos os cidadãos, especialmente em um momento de ascensão da direita e do crime organizado.

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