Vereador do PSOL pede cassação de Rubinho Nunes na Câmara Municipal de São Paulo por quebra de decoro parlamentar.

O vereador Toninho Vespoli (PSOL) causou polêmica ao protocolar, nesta quinta-feira, 1º, um pedido de cassação de mandato contra o colega Rubinho Nunes (União Brasil) na Câmara Municipal de São Paulo. Segundo Vespoli, o motivo do pedido é a quebra de decoro parlamentar por parte de Rubinho, que teria difamado e perseguido o padre Júlio Lancellotti e as entidades sem fins lucrativos que prestam assistência à população em situação de rua na Cracolândia, centro da capital.

Esta não é a primeira vez que Rubinho é alvo de um pedido de cassação pelo mesmo motivo, sendo que em dezembro os vereadores Luna Zarattini e Hélio Rodrigues, ambos do PT, já haviam apresentado denúncia contra ele na Corregedoria da Casa legislativa. Em resposta a essas acusações, Rubinho Nunes se defendeu criticando o PSOL, chamando-o de patético e afirmando que o partido vive à reboque do PT.

O vereador Rubinho Nunes ficou em evidência no início deste ano ao obter as assinaturas necessárias para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a atuação de ONGs que atendem dependentes químicos. Na ocasião, ele mencionou que o padre Júlio Lancellotti seria alvo da investigação. No entanto, a iniciativa de Rubinho repercutiu de forma negativa, gerando críticas de políticos de diferentes matizes ideológicos. Tanto o padre quanto as entidades citadas por Rubinho Nunes negam quaisquer irregularidades.

Para piorar a situação, Rubinho realizou nova investida contra Lancellotti ao encaminhar ao presidente da Câmara, vereador Milton Leite (União Brasil), um vídeo de conteúdo sexual em que, supostamente, o padre estaria praticando conduta imprópria com um adolescente. O Ministério Público de São Paulo, em 2020, já havia investigado o caso, concluindo pela falta de evidências e arquivando o inquérito em agosto de 2021.

Segundo Vespoli, o vereador se aproveita de sua posição como representante legislativo para cometer atos criminosos, com previsão no Código Penal. Ele enfatiza que a imunidade parlamentar não deve ser confundida com a prática de atos tipificados no Código Penal, como os crimes contra a honra.

Atualmente, o pedido de abertura da CPI das ONGs aguarda a apreciação do colégio de líderes, que reúne as lideranças de cada bancada e a presidência da Casa. Com o aval dos líderes, o pedido segue para votação no plenário e precisa contar com o apoio de mais da metade dos parlamentares. A primeira reunião do colégio de líderes deste ano está marcada para a próxima terça-feira, 6, e há expectativa de que a CPI das ONGs seja discutida durante o encontro. No entanto, há indicações de que, atualmente, não há clima político para a aprovação da proposta. Rubinho, por sua vez, afirma ter “bastante confiança” de que a abertura da comissão será aprovada pelo Legislativo paulistano.

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