Mohammadi está presa desde 2021 na prisão de Evin, em Teerã, acusada de “espalhar propaganda contra o Estado”. Famosa por seu ativismo contra a pena de morte e a favor dos direitos das mulheres, a ativista já foi presa e condenada várias vezes. No dia 6 de novembro, ela foi laureada com o Nobel da Paz por sua luta em prol dos “direitos humanos e a liberdade para todos”.
A família de Mohammadi expressou preocupação com a saúde da ativista, uma vez que seu estado é frágil. Recentemente, um exame de eletrocardiograma realizado na prisão indicou a necessidade de uma internação urgente. Além disso, a ativista teve dois exames de imagem que revelaram obstruções nas veias e pressão pulmonar elevada.
A família também denunciou que as autoridades penitenciárias se recusaram a transferir Narges para um hospital após ela se recusar a cobrir a cabeça com o véu islâmico, conhecido como hijab. Através de um comunicado, a família responsabilizou a República Islâmica pelo que possa acontecer com a ativista.
Mohammadi é perseguida pelo regime iraniano há 30 anos devido ao seu ativismo, que começou quando ela ingressou na universidade e por seus artigos em defesa dos direitos das mulheres. Ela já foi presa 13 vezes e condenada a um total de 31 anos de prisão e 154 chicotadas.
O Prêmio Nobel da Paz foi concedido a Mohammadi após uma onda de protestos no Irã pela morte de Mahsa Amini, uma jovem que estava sob custódia policial e foi detida por violar o código de vestimenta para mulheres. Segundo o comitê norueguês, a láurea deste ano reconhece a dedicação da ativista em combater a opressão das mulheres e promover os direitos humanos e a liberdade para todos.
No site oficial do Nobel, foi divulgada uma mensagem de agradecimento de Mohammadi, na qual ela descreve o hijab obrigatório como uma forma de dominação e repressão para manter um governo religioso autoritário. Com sua greve de fome, a ativista busca chamar ainda mais atenção para a luta pelos direitos das mulheres e a importância da liberdade no Irã.