De acordo com o novo modelo previsto no contrato, as câmeras não realizarão gravações ininterruptas, cabendo ao policial ou à corporação acionar o equipamento conforme desejarem. Essa medida foi contestada por entidades de direitos humanos, que argumentam que o acionamento manual pode prejudicar a transparência das ações policiais.
Apesar das críticas, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) defende o novo sistema, destacando outras funcionalidades como o acionamento automático por software a distância e o reconhecimento facial. O custo anual do novo contrato será de R$ 51,9 milhões, uma redução em relação ao edital anterior que custava R$ 96 milhões por ano.
Segundo a SSP, as câmeras também contarão com melhorias na conectividade, possibilitando transmissões ao vivo e a integração com o Programa Muralha Paulista, que auxilia na identificação de foragidos da Justiça. No entanto, críticos do programa afirmam que ele aumenta a vigilância ostensiva e pode reforçar preconceitos em abordagens policiais.
As câmeras serão distribuídas seguindo o protocolo da Polícia Militar, priorizando unidades como a Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e a Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam), que atuam em regiões com maior incidência de ocorrências. Essas medidas visam aprimorar a segurança pública, especialmente diante do aumento dos índices de letalidade policial no estado.
O governo ressalta que o novo contrato seguirá as regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e as normas do Ministério da Justiça e Segurança Pública. No entanto, em julho, o edital foi questionado por suposto favorecimento à Motorola, o que foi rebatido pela SSP, que garantiu a transparência no processo licitatório.