Um aspecto alarmante revelado pelo estudo é a ocupação de áreas próximas aos leitos de rios, que aumentou quatro vezes desde 1985, chegando a 425 mil hectares em 2022. Essas áreas são especialmente vulneráveis a inundações durante as chuvas, o que coloca em risco a vida e a segurança das pessoas que nelas habitam.
Outra questão relevante destacada pelo levantamento é que a expansão da urbanização, especialmente em favelas, não tem sido acompanhada por políticas de infraestrutura que ofereçam proteção à população. Esse cenário é ainda mais preocupante diante do aumento dos registros de desastres naturais no país desde 1991, atingindo um recorde em 2022, relacionados principalmente às chuvas.
O estudo aponta que eventos recentes, como as chuvas em São Sebastião, no litoral paulista, e as inundações no Rio Grande do Sul, indicam a manutenção desse cenário, com riscos à população e demandas urgentes para o governo. Além disso, a ocupação de regiões com alta declividade, o que aumenta o risco de deslizamentos naturais, tem sido um desafio para a implementação de políticas eficazes de prevenção e proteção das áreas urbanizadas.
Frente a esse cenário, especialistas alertam para a necessidade de fornecer opções de moradia em áreas seguras, juntamente com a realocação ou obras de infraestrutura que garantam segurança às pessoas que já ocupam áreas de risco. Além disso, a mudança climática é apontada como uma pauta central, que demanda ações urgentes para reduzir os impactos das ocupações em zonas de risco.
Diante desses desafios, investir em fiscalização e organização da ocupação do solo é urgente, a fim de frear o risco de perda de vidas nos próximos anos. Em cidades médias e pequenas, a situação também demanda atenção, uma vez que as ocupações suscetíveis a desastres naturais cresceram significativamente nessas regiões. Portanto, medidas eficazes e políticas de prevenção são essenciais para garantir a segurança e o bem-estar da população em áreas urbanizadas no Brasil.