Tunisiana desaparecida durante peregrinação em Meca gera preocupação entre familiares e redes sociais, enquanto temperatura extrema causa preocupações de saúde.

No último sábado, uma tragédia marcou a peregrinação do Hajj, um dos cinco pilares do Islã. A tunisiana Mabrouka bint Salem Shoushana está desaparecida desde então. Sem registro e sem autorização oficial para participar do Hajj, ela não teve acesso às instalações climatizadas que permitem aos peregrinos se refrescarem após horas de orações ao ar livre, conforme relatou seu marido, Mohammed, à imprensa.

De acordo com Mohammed, sua esposa estava sofrendo com o calor intenso e sem ter onde dormir. Ele buscou por ela em todos os hospitais, mas até o momento não obteve nenhuma informação sobre seu paradeiro. Essa situação não é única, conforme muitos outros peregrinos desaparecidos têm sido relatados nas redes sociais, com fotos e pedidos de informações.

As imagens que circulam mostram peregrinos expostos ao sol, utilizando pano branco para cobrir a cabeça, mesmo após as autoridades sauditas terem distribuído água e gelo. As orientações para utilizar sombrinhas e evitar os horários de sol forte não foram suficientes para evitar casos como o de Mabrouka e outros desaparecidos.

O professor Bruno Megarbane, especialista em terapia intensiva, destaca os efeitos do calor extremo no corpo humano. Ele explica que, quando a temperatura externa aumenta intensamente, o corpo humano precisa se adaptar para manter sua temperatura interna em torno de 37 graus. Caso essa adaptação não ocorra, a temperatura do corpo pode ultrapassar os 40 graus, levando a consequências graves como delírios, crises de epilepsia e até mesmo a morte.

O Hajj, uma peregrinação realizada na cidade sagrada de Meca e seus arredores, é um dos rituais mais importantes para os muçulmanos praticantes. No entanto, a falta de condições ideais para todos os peregrinos, como no caso de Mabrouka, levanta questões sobre a segurança e a assistência oferecida durante esse período sagrado.

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