De acordo com Mohammed, sua esposa estava sofrendo com o calor intenso e sem ter onde dormir. Ele buscou por ela em todos os hospitais, mas até o momento não obteve nenhuma informação sobre seu paradeiro. Essa situação não é única, conforme muitos outros peregrinos desaparecidos têm sido relatados nas redes sociais, com fotos e pedidos de informações.
As imagens que circulam mostram peregrinos expostos ao sol, utilizando pano branco para cobrir a cabeça, mesmo após as autoridades sauditas terem distribuído água e gelo. As orientações para utilizar sombrinhas e evitar os horários de sol forte não foram suficientes para evitar casos como o de Mabrouka e outros desaparecidos.
O professor Bruno Megarbane, especialista em terapia intensiva, destaca os efeitos do calor extremo no corpo humano. Ele explica que, quando a temperatura externa aumenta intensamente, o corpo humano precisa se adaptar para manter sua temperatura interna em torno de 37 graus. Caso essa adaptação não ocorra, a temperatura do corpo pode ultrapassar os 40 graus, levando a consequências graves como delírios, crises de epilepsia e até mesmo a morte.
O Hajj, uma peregrinação realizada na cidade sagrada de Meca e seus arredores, é um dos rituais mais importantes para os muçulmanos praticantes. No entanto, a falta de condições ideais para todos os peregrinos, como no caso de Mabrouka, levanta questões sobre a segurança e a assistência oferecida durante esse período sagrado.