TSE não tem papel na Venezuela: eleições sem oposição não são democráticas e Brasil deve se posicionar contra farsa.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não deve intervir nas eleições na Venezuela, pois, independentemente do resultado, não haverá uma eleição democrática devido à falta de liberdade de manifestação da oposição. A oposição, representada por Edmundo González, teve seus principais nomes desabilitados pelo tribunal venezuelano, que é controlado pela ditadura. Sem eleições livres, não pode haver democracia, pois as eleições são apenas uma condição necessária, não suficiente, para um regime democrático.

O ex-presidente Lula arriscou seu capital político ao apostar em uma transição pacífica na Venezuela, que acabou fracassando com o Acordo de Barbados. O ditador Maduro não respeita nem mesmo aqueles que tentam negociar com ele, atacando o processo eleitoral no Brasil e se unindo aos golpistas locais.

Os tribunais superiores no Brasil têm sido fundamentais para garantir a legitimidade dos processos eleitorais e conter tendências golpistas. No entanto, em um regime como o da Venezuela, que se organiza para fraudar eleições, a presença do TSE não seria eficaz, já que a desigualdade na disputa é garantida pelo aparato estatal.

É crucial que o Itamaraty mantenha sua postura em defesa da democracia, especialmente diante das acusações de Maduro e das ameaças de violência em caso de derrota. O presidente Lula deve reforçar seu compromisso com a democracia e tomar medidas para não compactuar com um processo eleitoral antidemocrático.

O Brasil não deve romper relações com a Venezuela, mas tampouco pode endossar um processo eleitoral fraudulento. A suspensão da ida de autoridades brasileiras a Caracas para acompanhar as eleições seria uma medida sensata diante do clima de incerteza e possíveis conflitos violentos. É fundamental que o Brasil se distancie dessa farsa eleitoral e mantenha uma postura firme em favor da democracia.

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