A consolidação de um fenômeno cult no universo cinematográfico é um processo que demanda tempo e engajamento por parte dos fãs, mas a franquia “X”, idealizada pelo diretor Ti West há dois anos, já demonstra sinais de estar trilhando esse caminho de forma acelerada. O lançamento do terceiro capítulo, intitulado “MaXXXine”, nesta semana, é um reflexo do entusiasmo fervoroso dos seguidores que aguardavam ansiosamente por mais novidades.
Assim como em um culto, os admiradores dessa franquia têm se preparado durante meses para a estreia do que originalmente seria o encerramento de uma trilogia, mas West surpreendeu ao anunciar planos para um quarto filme. A paixão dos fãs é visível através da proliferação de camisetas estampadas com a protagonista Maxine Minx, memes nas redes sociais e artes dedicadas à saga que circulam nos círculos cinéfilos tanto nacional quanto internacionalmente.
No site da produtora A24, os itens colecionáveis do segundo filme, “Pearl”, encontram-se esgotados, evidenciando a demanda e o interesse do público pelos produtos relacionados à franquia. O diretor Ti West, em entrevista, mencionou que embora não tenha planejado criar um filme viral, almejava desenvolver algo estilizado e memorável, o que parece ter alcançado com sucesso.
Com um investimento inicial considerável, cada um dos dois primeiros filmes custou cerca de US$ 1 milhão e arrecadou valores significativos nas bilheterias, consolidando a A24 como um dos selos mais respeitados da indústria cinematográfica. A expectativa em torno do sucesso de “MaXXXine” e seus antecessores como obras cult ainda permanece em aberto, pois a consolidação desse status requer resistência ao teste do tempo, entre outros fatores.
Os filmes da franquia “X” exploram o estilo camp, caracterizado pela teatralidade exagerada e transgressora, especialmente ao abordar de forma direta a indústria pornográfica. As referências cinematográficas presentes nas obras, que vão desde o voyeurismo de “Porky’s” até a brutalidade de “O Massacre da Serra Elétrica”, contribuem para a construção de um universo único e impactante para os espectadores.
Com a presença de Kevin Bacon no elenco de “MaXXXine” e referências visuais marcantes, como a casa de Norman Bates de “Psicose”, o terceiro capítulo da saga promete envolver os fãs em uma trama repleta de suspense e reviravoltas. O cenário de uma Los Angeles decadente, assolada por um serial killer real, acrescenta camadas de complexidade e tensão ao enredo.
Em um cenário cinematográfico dominado por sequências, remakes e franquias hollywoodianas, a ascensão da franquia “X” representa um respiro de originalidade e ousadia. Os eventos de lançamento se tornam verdadeiros acontecimentos, com fãs fantasiados e entusiasmados por novidades em um mercado ávido por inovação.
Ti West, juntamente com a atriz Mia Goth, creditam o sucesso da saga ao trabalho em equipe e à criatividade empregada na concepção dos roteiros. A conexão estabelecida entre a protagonista e o público contribui significativamente para o impacto emocional e duradouro da franquia.
O futuro da saga “X” permanece em aberto, com planos para um quarto capítulo que ainda não possui data de lançamento definida. A liberdade criativa e o desejo de expandir o universo cinematográfico são pontos-chave na trajetória do diretor Ti West, que busca continuar surpreendendo e cativando os espectadores com novas narrativas.
Em uma Hollywood em constante busca por novidades e originalidade, a franquia “X” se destaca como um exemplo de como a ousadia e a autenticidade podem conquistar o público e se consolidar como um fenômeno cult no mundo do cinema contemporâneo.