No Brasil, Minas Gerais desponta como um dos grandes potenciais produtores de lítio, com uma das maiores reservas do mundo localizada no estado. No entanto, apesar das promessas iniciais de um cenário favorável para a mineração de lítio em Minas, a perda de hegemonia da região na extração mineral tem sido evidente.
Grandes mineradoras têm direcionado seus investimentos para o Pará, que oferece minério de ferro de maior pureza e depósitos significativos de cobre, minerais igualmente importantes na nova economia impulsionada pela transição energética. Com essa movimentação, o Pará caminha para ultrapassar Minas Gerais em investimentos no setor mineral nos próximos anos.
Especialistas e executivos apontam que, apesar das reservas de lítio em Minas serem consideráveis, elas ainda são menores se comparadas com gigantes produtores como Chile e Austrália. Além disso, a falta de planos concretos em escala para agregar valor ao mineral no estado e a predominância de mercados como ferro e cobre limitam o potencial de crescimento da mineração de lítio em Minas Gerais.
Diante desse cenário, a busca pela verticalização da cadeia do lítio no estado surge como uma possível solução para aumentar o valor agregado e impulsionar a indústria de transformação. No entanto, a falta de interesse econômico, planos concretos e demanda interna tornam desafiadora a transformação da extração de lítio em Minas Gerais em uma indústria de valor agregado.
É essencial, portanto, que o estado e as mineradoras locais busquem parcerias estratégicas e investimentos para fomentar a produção e transformação do lítio em produtos de alto valor no mercado global. A verticalização da cadeia produtiva do lítio pode não apenas impulsionar a economia local, mas também contribuir para a transição energética mais sustentável e eficiente.