De acordo com informações da Secretaria da Administração Penitenciária, a transferência dos detentos para outra unidade não foi divulgada por questões de segurança. As remoções estão sendo realizadas para cumprir sanções disciplinares previstas na Lei de Execução Penal, devido à participação ativa dos presos no motim.
A rebelião teve início quando os detentos atearam fogo em colchões e outros objetos, além de realizarem manifestações com cartazes pedindo o “fim da opressão” e criticando a direção da unidade. Durante o tumulto, os presos ainda escreveram a sigla PCC (Primeiro Comando da Capital) no chão do pátio.
A situação só se acalmou com a intervenção do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), equivalente à Tropa de Choque da SAP, que entrou na penitenciária e disparou tiros de bala de borracha para conter os detentos amotinados.
Inicialmente, a SAP havia informado que três presos ficaram feridos durante a rebelião, porém, posteriormente, o número foi atualizado para cinco. Segundo a secretaria, após a ação do GIR, mais dois detentos precisaram de atendimento médico, elevando o total de custodiados encaminhados para hospitais da região. No entanto, todos estão estáveis e fora de perigo, conforme a administração de Tarcísio.
Além dos detentos feridos, outros quatro presos inalaram fumaça e receberam atendimento na enfermaria da própria unidade. O sábado era dia de visita na penitenciária, e a SAP assegurou que os visitantes foram retirados em segurança, sem registros de reféns.
Familiares dos presos acompanharam a situação de fora da penitenciária, e devido ao motim, as visitas programadas para o domingo foram suspensas. A rebelião ocorreu poucos dias após outra situação de tumulto em São Paulo, quando presos no CPP Butantan reagiram à remoção de detentos devido à superlotação do local.
O CPP Butantan, uma unidade de regime semiaberto que chegou a abrigar mulheres antes da pandemia, estava com 1.494 detentos em uma capacidade prevista para 1.412 presos. Após a fuga de sete indivíduos, a SAP reconheceu falhas nos procedimentos dos funcionários e realizou remoções para outras unidades. O sindicato denunciou problemas estruturais na CPP Butantan que poderiam resultar em desabamentos.
Diante desses episódios de rebeliões e superlotação nos presídios do estado, o governo de Tarcísio de Freitas continua enfrentando desafios para garantir a segurança e a ordem nas unidades prisionais de São Paulo.