A juíza Cláudia Helena Batista, da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, destacou que a recuperação judicial da 123milhas é desafiadora devido à quantidade de credores envolvidos e às questões tecnológicas enfrentadas. Após esse período de apresentação da lista de credores, as empresas do grupo terão mais 60 dias para elaborar o plano de recuperação judicial.
No mês de novembro, será encerrado o stay, período em que as ações de execução da empresa estão suspensas. De acordo com a juíza, a 123milhas vem cumprindo com o pagamento de tributos, despesas diárias e salários dos funcionários, mas não tem conseguido quitar as dívidas com os credores. Após a aprovação do plano de recuperação, a empresa iniciará os pagamentos aos credores. Caso não cumpra com o acordado, a recuperação poderá ser convertida em falência.
Durante a audiência, estiveram presentes os irmãos fundadores da empresa, Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira. A juíza Batista pediu aos credores que não ingressem com impugnações ou discussões de créditos neste momento para evitar transtornos no processo, que já conta com cerca de 30 mil páginas.
O pedido de recuperação judicial da 123milhas envolve aproximadamente 720 mil credores e foi feito no final de agosto de 2023, declarando dívidas de R$ 2,31 bilhões. Em setembro do mesmo ano, a Maxmilhas, outra empresa do grupo, também entrou com um pedido de recuperação judicial, declarando dívidas de R$ 226 milhões.
Com o cronograma definido pelo TJMG, a 123milhas agora encaminha-se para as próximas etapas do processo de recuperação judicial, buscando resolver as questões financeiras com os credores para evitar uma possível falência.