A questão do território de Essequibo tem gerado uma agenda negativa para o governo Lula, que priorizava a integração regional na América do Sul. Segundo o professor Menezes, esse tema é algo muito complicado e, além das questões internas, as relações na região estão dificultadas com o presidente da Argentina, Javier Milei. O desafio seria para o governo brasileiro evitar um custo político maior do que o gasto de energia. O Brasil sempre colocou seu território à disposição para negociações, mas o caminho para uma resolução pacífica ainda é incerto.
Em dezembro de 2023, o governo venezuelano realizou um referendo para discutir a questão do território de Essequibo. Dos 10,5 milhões de eleitores que participaram, 95,93% foram favoráveis às decisões do governo, indicando um apoio massivo à reivindicação do território. No entanto, essa situação gerou tensões externas, com os Estados Unidos realizando exercícios militares na Guiana por meio do Comando Sul e o Reino Unido enviando um navio de guerra para a região.
Diante desse contexto, o Brasil precisa continuar negociando e evitar a participação de terceiros que não estejam ligados à questão, como os Estados Unidos e o Reino Unido. Além disso, é necessário encontrar uma solução que não prejudique a diplomacia brasileira e não permita que o país seja instrumentalizado pela Venezuela.
A região de Essequibo possui 160 mil km² e está localizada nos limites fronteiriços dos estados venezuelanos Bolívar e Delta Amacuro com o Rio Essequibo. Para a Guiana, a região representa dois terços de seu território, enquanto a Venezuela reivindica a área como parte de suas fronteiras, alegando que foi roubada pelo domínio britânico quando o país ainda era uma colônia do Reino Unido. Com cerca de 120 mil habitantes e baixa densidade demográfica, a região é majoritariamente formada por florestas, o que torna a resolução do conflito ainda mais complexa.
Portanto, a questão de Essequibo representa um desafio para a diplomacia brasileira e é crucial que o governo brasileiro atue de forma estratégica, buscando uma solução negociada e pacífica para o impasse territorial na região.