A aquisição dos obuseiros está suspensa por decisão do presidente Lula, que recebeu conselhos do assessor Celso Amorim e de membros do PT. No entanto, o ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, planeja usar o aval do TCU para contornar as resistências e reforçar a legalidade da negociação, de acordo com fontes dentro da pasta ouvidas pela imprensa.
Apesar da resposta favorável do TCU, a decisão final sobre a assinatura do contrato ainda cabe a Lula, que está considerando questões políticas e diplomáticas para definir o desfecho. O relator da consulta, o ministro Antonio Anastasia, afirmou que a legislação brasileira não impõe restrições à contratação de fornecedores sediados em países em conflito armado.
A consulta ao TCU foi feita pelo Ministério da Defesa no início de setembro, buscando esclarecimentos sobre a participação de empresas de países em conflito em processos licitatórios. A sugestão de recorrer ao tribunal partiu do próprio Ministério da Defesa, uma vez que tanto Mucio quanto o secretário-geral Luiz Henrique Pochyly têm experiência prévia no TCU.
Os obuseiros são armas de longo alcance utilizadas pela artilharia dos exércitos ao redor do mundo. A escolha dos obuseiros de Israel gerou polêmica dentro do governo brasileiro devido aos conflitos em que o país está envolvido. Apesar das resistências, Mucio propôs a Lula uma nova abordagem na compra, que poderia incluir a produção de parte dos equipamentos no Brasil, estimulando a indústria nacional de defesa.
A expectativa é que, com o respaldo do TCU, a compra dos obuseiros seja destravada e viabilizada, promovendo o fortalecimento das Forças Armadas brasileiras e impulsionando a indústria nacional de defesa.