Os inuítes da Groenlândia, alimentando-se de carne de baleia, foca e peixes oleosos, apresentavam níveis mais baixos de colesterol e triglicerídeos do que pessoas em outras regiões, revelaram os pesquisadores. A hipótese levantada era que a dieta inuíte, rica em ácidos graxos ômega-3, especialmente EPA e DHA, encontrados nos peixes e animais marinhos que consumiam, poderia ser a responsável por essa aparente proteção contra doenças cardíacas.
Essa descoberta despertou décadas de interesse e estudos sobre os benefícios dos ácidos graxos ômega-3 para a saúde cardiovascular. Até hoje, os suplementos de ômega-3 são muito populares nos Estados Unidos, sendo amplamente consumidos por adultos com mais de 60 anos.
Apesar disso, a eficácia desses suplementos ainda é motivo de debate entre pesquisadores e profissionais de saúde. Enquanto alguns estudos sugerem benefícios na prevenção de doenças cardíacas, outros mostram resultados contraditórios. Estudos recentes apontam que os suplementos de óleo de peixe podem estar ligados a um risco ligeiramente maior de desenvolver fibrilação atrial, um tipo de batimento cardíaco irregular.
Diante dessas evidências conflitantes, permanece a incerteza sobre os reais benefícios e riscos do consumo de óleo de peixe. Alguns especialistas recomendam obter ômega-3 através da alimentação, priorizando peixes gordurosos como salmão e sardinha, em vez de recorrer a suplementos. A dieta mediterrânea, rica em alimentos saudáveis e benéfica para a saúde do coração, ainda é considerada uma das melhores opções para a prevenção de doenças cardiovasculares.
Portanto, a decisão sobre o consumo de óleo de peixe como suplemento deve ser cuidadosamente ponderada, levando em consideração as evidências disponíveis e consultando um profissional de saúde para orientação adequada. A busca por hábitos saudáveis e uma alimentação equilibrada ainda são fundamentais para manter a boa saúde do coração.