O ano de 2023 apresentou uma redução no número de mortes de policiais decorrentes de crimes violentos, totalizando 127 óbitos em confrontos dentro e fora de serviço, em comparação com os 155 registrados em 2022. No entanto, os casos de suicídio aumentaram de 99 para 118 no mesmo período. Vale ressaltar que existe o risco de subnotificação desses dados, devido ao tabu que envolve o tema da saúde mental nas instituições de segurança pública.
Os pesquisadores apontam o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (PTSD) como um dos principais fatores para esses índices preocupantes. A cultura interna das corporações policiais também é mencionada como um elemento que contribui para a situação. A naturalização de situações estressantes e o tabu em torno da saúde mental dos policiais acabam agravando os sintomas do adoecimento mental.
O perfil demográfico predominantemente masculino das forças de segurança também é destacado como um obstáculo, pois os homens são culturalmente menos propensos a buscar ajuda ou cuidar da própria saúde mental. As corporações também são criticadas pela negligência em estudar os casos de suicídio que ocorrem entre seus próprios agentes.
Diversas medidas são sugeridas no Anuário para combater essa realidade preocupante, incluindo a conscientização dos gestores e comandantes para identificar sinais de estresse crônico nos subordinados. Além disso, políticas de valorização salarial e proteção aos direitos humanos dos agentes são apontadas como fundamentais para evitar mais casos de suicídio. O relatório ainda destaca a importância de programas de atendimento online a servidores de segurança pública, como o Escuta SUSP do Ministério da Justiça.
Diante desse cenário preocupante, urge a necessidade de ações concretas por parte das autoridades para proteger a saúde mental dos agentes de segurança e evitar que os índices de suicídio continuem a crescer dentro dessas instituições tão essenciais para a sociedade.