O que realmente deveria causar preocupação e repúdio é a violência e a discriminação sofrida pelas religiões de matriz africana. Muitos terreiros e membros dessas religiões têm sido alvo sistemático de ataques e acusações por parte de lideranças evangélicas, que os acusam de cultuar forças demoníacas. No Rio de Janeiro, por exemplo, narcomilícias impõem decretos religiosos em comunidades, proibindo a prática da umbanda e do candomblé e promovendo uma cruzada contra os terreiros.
Essas ações são baseadas em interpretações distorcidas da Bíblia cristã e refletem a intolerância e o preconceito enraizados em alguns setores da sociedade. É fundamental que reconheçamos a importância e o valor das diferentes crenças e religiões, promovendo o respeito mútuo e a liberdade religiosa. Independentemente das divergências teológicas, é possível celebrar a diversidade cultural e religiosa, sem recorrer à violência ou ao ódio.
Em 2024, que possamos lembrar que somos muito mais conectados uns aos outros do que imaginamos. O ódio, o preconceito e a intolerância não devem ter espaço em nossa sociedade. Ao contrário, devemos buscar a compreensão, o diálogo e o respeito mútuo, construindo uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todos, independentemente de suas crenças e práticas religiosas.