Silas Malafaia promove nova geração conservadora e passa bastão para líder político no livro “O Cristão e a Política”.

No prefácio do livro “O Cristão e a Política – Descubra Como Vencer a Guerra Cultural”, o pastor Silas Malafaia faz uma espécie de transição para o autor, Nikolas Ferreira. Malafaia reconhece que está envelhecendo e passa o bastão para os jovens, mostrando que Nikolas é um líder nato do exército conservador e já entendeu as regras do jogo.

Nikolas Ferreira, deputado federal mais votado do país em 2022, se destaca por suas posições contrárias ao feminismo, ativismo LGBT, e outras questões tidas como polêmicas. Seu livro, publicado pela Central Gospel Editora, de Malafaia, é repleto de críticas a Paulo Freire, Karl Marx, Antonio Gramsci e a Escola de Frankfurt, os quais são vistos como inimigos dos cidadãos de bem.

A obra incentiva os evangélicos a se envolverem no cenário político, defendendo que, se não ocuparem esse papel, acabarão cedendo espaço para os seus opositores. Nikolas conta sua história de vida, vindo de uma família sem tradição política e tornando-se o segundo vereador mais votado em Belo Horizonte.

No entanto, o livro não está livre de polêmicas e imprecisões históricas. Nikolas faz comparações questionáveis, como equiparar o direito ao aborto ao genocídio de judeus em câmaras de gás. Além disso, ataca o feminismo, sugerindo uma visão reducionista das teorias que embasam esse movimento, o que levanta críticas e questionamentos.

Apesar das controvérsias, o autor foi aplaudido e criticado durante a apresentação de seu livro na última Bienal do Livro no Rio de Janeiro, onde enfrentou hostilidade e também foi elogiado. Silas Malafaia, por sua vez, usa um trecho da Bíblia para abençoar Nikolas Ferreira, reconhecendo nele um líder da nova geração.

Em suma, o livro “O Cristão e a Política – Descubra Como Vencer a Guerra Cultural” é um marco na tentativa de envolver os evangélicos no cenário político brasileiro, mas levanta questões delicadas e controversas que dividem opiniões e geram debate. A obra representa um ponto de vista específico, mas não é consensual.

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