Na última sessão, parte das senadoras se uniu ao presidente do Senado, Pacheco, em relação à polêmica encenação de um aborto durante um evento no plenário. O senador demonstrou irritação com a simulação do procedimento de assistolia fetal e com a falta de pluralidade nos discursos, já que apenas especialistas contrários ao método recomendado pela OMS se manifestaram. Vale ressaltar que essa técnica é utilizada para interrupção de gestações acima de 22 semanas.
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) não poupou críticas à encenação no plenário, enfatizando a laicidade do Estado e defendendo as atuais leis que regem o aborto legal. Ela desafiou a contadora de histórias responsável pela simulação a encenar um estupro, para ilustrar sua discordância com a forma como o tema foi abordado.
Além disso, a ausência de senadoras na sessão também gerou polêmica. Pacheco manifestou sua insatisfação com a baixa presença feminina no evento, ressaltando a importância da participação das mulheres na discussão sobre o projeto. A grande maioria das parlamentares estava em compromissos nos seus estados, o que denota um possível descontentamento com a proposta.
Diante desse cenário, a bancada feminina do Senado afirma que não houve convite por parte do senador responsável pelo evento, Eduardo Girão (Novo-CE). A presença de figuras como a senadora médica Zenaide Maia (PSD-RN) era considerada essencial para enriquecer o debate, o que levanta questões sobre a falta de diálogo e envolvimento das parlamentares na discussão do PL antiaborto.