No entanto, o governo enfrenta ceticismo tanto do mercado quanto de integrantes do próprio governo em relação à possibilidade de cumprir essa meta. Na última quinta-feira, foi entregue a proposta do Orçamento para o próximo ano, que prevê uma arrecadação adicional de R$ 168 milhões. No entanto, essa quantia está sujeita à aprovação do Congresso e até mesmo a discussões judiciais.
Haddad ressaltou que 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país são gastos com desonerações, sendo 6% em nível federal, 3% em nível estadual e 1% em nível municipal. Ele afirmou que, com apenas 1% desses gastos, é possível ajustar as contas públicas. O ministro também destacou que o esforço fiscal e o controle dos gastos podem permitir ao Banco Central sinalizar um corte maior na taxa Selic.
O ministro também destacou a importância do Congresso para a economia brasileira, afirmando que se o Congresso evitar medidas populistas e pautas bombas, o país pode terminar o ano de forma satisfatória. Ele ressaltou que o Congresso aprovou todas as medidas econômicas propostas pelo governo no primeiro semestre e que agora o país está colhendo os resultados positivos.
No entanto, esta semana Haddad sofreu uma derrota com a prorrogação da desoneração da folha e a inclusão de um amplo corte de alíquotas para municípios. Essas medidas têm impacto no déficit do governo federal e podem comprometer ainda mais a meta de zerar o déficit primário em 2024.
Haddad também mencionou a importância da harmonia entre o Executivo, o Congresso, o Banco Central e o Judiciário para governar o país de forma adequada. Ele deu nota 9,5 para o desempenho do Congresso no primeiro semestre e expressou otimismo de que a nota possa ser 10 no segundo semestre.
Em relação à economia brasileira, Haddad ressaltou que é um “milagre” o fato de o país conseguir crescer 3% ao ano com taxas de juros reais de 10%. Ele destacou a importância de corrigir as distorções econômicas e aproveitar a janela de oportunidade para atrair capital internacional.
Em resumo, o ministro Fernando Haddad defendeu a meta de zerar o déficit primário em 2024, apesar das dificuldades e do ceticismo do mercado e de integrantes do governo. Ele destacou a importância do Congresso e ressaltou a necessidade de harmonia entre os poderes para governar o país de forma adequada. Haddad também enfatizou a importância de corrigir as distorções econômicas e aproveitar as oportunidades para atrair investimentos.