Sectarismo: a Estratégia Imperialista para Dividir e Conquistar o Oriente Médio

Sectarismo: a estratégia imperialista de dividir e conquistar

Há muito tempo, os imperialistas têm usado o sectarismo como uma ferramenta fundamental para dividir e conquistar o Oriente Médio. Desde os acordos Sykes-Picot que desenharam as fronteiras modernas da região até os esquemas para dividir o Iraque em três países distintos, as lutas étnicas e religiosas sempre foram usadas para promover a dominação imperialista. E, apesar de seu apoio a Saddam Hussein na década de 1980, o governo dos EUA usou a linguagem dos direitos humanos para justificar a invasão do Iraque em 2003, retratando o regime de Hussein como opressor. Depois da queda de Hussein, a narrativa mudou para retratar as milícias xiitas no Iraque como agentes do Irã. Fica claro que o governo dos EUA nunca se importou com as minorias religiosas ou étnicas da região, mas apenas as usa como peões em seu tabuleiro de xadrez imperialista.

A implicação é que o Irã está controlando as forças xiitas na região e representando uma ameaça para outras vertentes na região, mas a verdadeira história contradiz essa narrativa. Em janeiro de 2020, os militares dos EUA assassinaram o general iraniano Qasem Soleimani e Abu Mahdi al-Muhandis, líder de um dos grupos mais importantes afiliados às Forças de Mobilização Popular (FMP) no Iraque. Soleimani passou as últimas duas décadas organizando o que é conhecido como “Eixo de Resistência”, uma rede de atores militares unidos em torno da resistência ao imperialismo e ao sionismo dos EUA na região. O Irã fornece apoio a grupos dentro do Eixo de Resistência, mas não mantém nenhum comando operacional sobre essas forças. O Irã entende que seus interesses estão alinhados com os movimentos anti-imperialistas e anti-sionistas em toda a região.

A resistência palestina, o Hezbollah, o Ansar Allah e as Forças de Mobilização Popular no Iraque têm recebido o apoio do Irã, que busca criar capacidade de resistência e coordenação nativa em toda a região. Para os imperialistas dos EUA, que tratam tudo como uma transação, é quase impossível imaginarem que essas forças se arriscariam para defender o povo palestino sem receber ordens e financiamento de Teerã.

Longe de representarem uma rede de “organizações terroristas”, na verdade, o império dos EUA é o verdadeiro Estado terrorista da região. O governo dos EUA alimentou o sectarismo, impôs o subdesenvolvimento neocolonial e difamou qualquer resistência a esses projetos como “terrorista”. A história do Irã e sua atuação na região revela uma realidade muito distante da narrativa apresentada pelos imperialistas.

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