Na cidade de São Petersburgo, 109 pessoas foram detidas, enquanto em Moscou o número foi de 39. É importante ressaltar que essas duas cidades concentram o maior contingente de classe média alta do país, uma parte da população em que Navalni tinha mais apoiadores, apesar de não ter grande apoio em escala nacional em termos eleitorais.
Os protestos foram considerados ilegais pela polícia, que os interpretou como manifestações sem permissão da prefeitura. Na sexta-feira, muitos manifestantes depositaram flores junto a monumentos às vítimas do sistema de campos de prisioneiros soviéticos, conhecido como o Gulag, o que levou a polícia a realizar prisões.
Apesar do número de detidos ser modesto em comparação a protestos anteriores, a morte de Navalni parece ter reascendido os ânimos da oposição russa. Um padre foi detido em São Petersburgo após anunciar que rezaria uma missa em memória de Navalni, e um jornal independente, Novaia Gazeta, que agora opera online a partir da Europa, anunciou a transmissão pelo YouTube de uma missa ortodoxa em memória do ativista rezada em Dusseldorf, na Alemanha.
A morte de Navalni continua rodeada de mistério, e governos ocidentais e oposicionistas russos culpam o presidente Vladimir Putin por sua morte. Enquanto o Serviço Federal Prisional russo afirma que Navalni morreu após desmaiar durante uma caminhada, a causa exata da morte ainda não foi divulgada, e a assessora do ativista exige que as autoridades liberem o corpo para a família.
Em meio a todas essas controvérsias e tensões, a morte de Navalni parece ter reacendido a chama da oposição russa e colocado em xeque o governo de Vladimir Putin. A incerteza em torno das circunstâncias da morte do líder opositor mostra que o cenário político da Rússia continua instável e polarizado.