De acordo com as investigações, a comunidade terapêutica em questão é o Instituto Viver Melhor, administrado por Girlandro Soares da Silva, conhecido como pastor Gil, e sua esposa Solange Novaes Soares. Cinco funcionários do local foram presos em flagrante, incluindo uma psicóloga, após relatos de agressões e tratamento cruel aos internos.
Segundo o promotor Charles Zanini Pizoni, responsável pela investigação, os internos eram mantidos contra a vontade, sem encaminhamento médico e proibidos de manter contato com suas famílias. Além disso, os usuários sofriam diversas formas de agressão física e psicológica, sendo ameaçados com multas em caso de rescisão do tratamento.
Durante a operação, foram encontrados indícios claros de tortura, como marcas de queimadura, cortes e hematomas nos corpos dos internos. Dois deles foram hospitalizados com sinais de agressão, apontando para a gravidade das condições a que estavam submetidos na comunidade terapêutica.
Foi destacado pelo promotor que a presença de adolescentes nesse tipo de estabelecimento é proibida por lei, devendo menores com dependência química serem tratados em leitos hospitalares especializados, sem contato com pacientes adultos. As comunidades terapêuticas, apesar de oferecerem acolhimento, não são consideradas unidades de tratamento médico e devem seguir protocolos específicos para o bem-estar dos internos.
Os internos resgatados foram encaminhados para suas famílias ou para o conselho tutelar da região, enquanto os responsáveis pela comunidade terapêutica enfrentarão as devidas medidas judiciais. A sociedade aguarda por justiça e garantias de proteção aos mais vulneráveis.