Relatório Científico Adverte Sobre Risco “Sem Precedentes” de Colapso Planetário Irreversível

A humanidade está em alerta máximo, diante de um risco “sem precedentes” que pode desencadear um efeito dominó de catástrofes planetárias irreversíveis. O alerta vem de um relatório científico divulgado nesta terça-feira (5) durante a COP28, a cúpula da ONU para mudança do clima, em Dubai. O ano de 2023 tem quebrado recordes de temperatura mensalmente e caminha para ser o ano mais quente da história.

De acordo com o relatório, há 26 pontos de não retorno identificados a partir de evidências de mudanças, registros observacionais e modelos computacionais. O desmatamento é um dos elementos que impactam e desestabilizam os sistemas em risco. No entanto, a crise climática é apontada como o principal fator.

Mesmo que a temperatura global parasse de subir agora, o colapso de alguns sistemas poderia já estar contratado. É o caso provável dos recifes de coral de águas quentes. Outros sistemas em risco de colapso são as calotas de gelo da Groenlândia e da Antártida Ocidental, a corrente do Giro do Atlântico Norte, e partes do permafrost.

Atingir pontos de não retorno pode resultar em impactos catastróficos na humanidade. Conforme o relatório, a desestabilização do sistema terrestre ameaça perturbar a coesão social, aumentar os distúrbios mentais, amplificar a radicalização e a polarização, intensificar conflitos violentos, deslocamentos em massa e instabilidade financeira.

Tim Lenton, um especialista em sistemas terrestres da Universidade de Exeter, que liderou o relatório, disse à AFP que esses pontos de inflexão representam uma “ameaça para a humanidade de uma magnitude sem precedentes”. O colapso das calotas de gelo da Groenlândia e da Antártida Ocidental, a morte dos recifes de coral tropicais, o derretimento do permafrost e o colapso da Circulação Meridional de Revolvimento do Atlântico são alguns dos cenários mais preocupantes descritos no relatório.

O relatório destaca que se a AMOC entrasse em colapso, haveria uma crise alimentar global e uma crise de água semelhante, além de inundações costeiras que exporiam cerca de 500 milhões de pessoas a riscos frequentes.

Os recentes incêndios florestais na Amazônia e nas florestas boreais do Canadá sinalizam que esses sistemas também estão em risco mais imediato do que se pensava. Lenton comparou o trabalho dos mais de 200 pesquisadores que elaboraram o relatório ao dos avaliadores de riscos que analisam um novo avião. Mas, conforme observado no relatório, não há como redesenhar a Terra para torná-la mais segura.

Segundo o relatório, a governança global atual não é adequada para lidar com as ameaças que estão por vir e para implementar as soluções urgentemente necessárias. Por isso, os autores pedem que os pontos de inflexão sejam incluídos nas negociações da COP28 e nas metas nacionais de combate às mudanças climáticas. Os riscos são descritos como “terríveis”, e o impacto nas vidas humanas é considerado “potencialmente assustador”.

Diante desse cenário alarmante, a humanidade precisa agir agora para evitar o pior e garantir um futuro seguro para as próximas gerações. A adoção imediata de medidas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e promovam a sustentabilidade são essenciais para reverter esse quadro preocupante.

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