As obras de ampliação da refinaria estão previstas para iniciar no segundo semestre deste ano e serão conduzidas pelas construtoras Andrade Gutierrez e Odebrecht, atualmente Novonor. Essas empresas foram as vencedoras da licitação para complementar a refinaria, apesar de estarem envolvidas no escândalo de corrupção conhecido como Petrolão. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, destacou a importância da revitalização da Abreu e Lima, classificando-a como “uma máquina maravilhosa, do futuro”.
A expectativa da Petrobras é aumentar em 160% a capacidade de processamento da refinaria, elevando-a para a produção de 260 mil barris de petróleo por dia. Atualmente, a unidade processa cerca de 100 mil barris diários. Prates ressaltou que a refinaria do futuro será capaz de produzir energia líquida, hidrogênio, e-metanol, diesel renovável de origem vegetal, entre outros produtos inovadores. A Abreu e Lima, construída entre 2005 e 2014, tornou-se um símbolo do mau uso do dinheiro público, com um custo inicial de R$ 7,5 bilhões que se transformou em quase R$ 60 bilhões.
O empreendimento, inaugurado em 2005 com a presença dos presidentes Lula e Hugo Chávez, foi alvo de diversos escândalos de corrupção e desvios de recursos ao longo dos anos, culminando no envolvimento de empreiteiras como Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. A investigação na Lava Jato revelou um esquema de propinas milionárias destinadas a ex-executivos da Petrobras ligados a partidos políticos como PP, PT e PSB.
Além disso, a CVM e o TCU também promoveram investigações sobre supostas irregularidades na construção da refinaria, apontando para a existência de superfaturamento e desvios de verbas públicas. O relatório do TCU indicou um aumento significativo no custo da refinaria ao longo dos anos, alcançando valores muito acima dos previstos inicialmente. Em meio a escândalos e processos criminais, a Abreu e Lima representa um retrato dos desafios enfrentados pela Petrobras e pela indústria de petróleo no Brasil.