Rachas e insatisfações na base de Tarcísio de Freitas afetam votações e projetos na Alesp em São Paulo

Rachas e insatisfações na base do deputado Tarcísio de Freitas (Republicanos) na Assembleia Legislativa de São Paulo têm causado turbulências e consequências no dia a dia da Casa, resultando até mesmo no travamento de projetos considerados de consenso. As divergências vão desde a falta de atenção do governo às demandas dos parlamentares até questões internas, como um racha no Partido Liberal (PL) entre bolsonaristas e a ala tradicional da legenda.

A falta de clima favorável na Casa foi evidenciada na terça-feira (16), quando o governador enfrentou uma derrota ao não conseguir aprovar um dos principais projetos do ano, que visava ampliar o prazo para adesão à legislação que permite a entrega de terras a fazendeiros com descontos de até 90%. Diversos partidos, incluindo o próprio Republicanos de Tarcísio, PL, PSDB, PP e União Brasil, não compareceram à votação dos projetos na Assembleia.

No âmbito do Partido Liberal, maior bancada da Casa, um racha interno tem tumultuado o clima para as votações. Os bolsonaristas pressionam pela substituição de Carlos Cezar na liderança do partido por Gil Diniz, afirmam que ele é mais alinhado à família Bolsonaro e utilizaria melhor o capital político em defesa do governo. No entanto, a preferência do atual presidente da Casa, André do Prado, e do próprio governo por Cezar dificultam essa mudança na liderança do PL.

O descontentamento na base do governador Tarcísio de Freitas também se estende a outros partidos, com reclamações sobre o não pagamento de emendas, reuniões desmarcadas, indicações ignoradas e vetos a projetos de deputados. O Partido dos Trabalhadores (PT) chegou a ironizar a base do governo por não dar quórum para votar um projeto de criação de uma serventia extrajudicial em Arujá, de autoria do Tribunal de Justiça.

A base de apoio de Tarcísio de Freitas tem como um dos principais projetos a regularização de terras ocupadas por fazendeiros, porém, o governador não conseguiu reunir os 39 deputados necessários para aprovar o método de votação da matéria. O PT questiona essa medida no Supremo Tribunal Federal, alegando que a legislação beneficia fazendeiros ocupantes de terras públicas de forma irregular.

A gestão de Tarcísio afirmou que respeita a autonomia da Alesp e mantém diálogo constante com os deputados para promover o desenvolvimento do estado. A expectativa é que o projeto de regularização de terras seja votado na próxima semana, em meio às divergências e insatisfações que permeiam a base do governo de Tarcísio de Freitas na Alesp.

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