PT denuncia genocídio em Gaza e critica embaixada de Israel por ataques à população civil

No último sábado, o Partido dos Trabalhadores (PT) emitiu uma resposta oficial à declaração da embaixada de Israel no Brasil, que acusava o partido de apoiar grupos terroristas e de glorificar o Hamas. A nota do PT afirmou que a embaixada fez um ataque injustificável ao partido, destacando que o PT abriga militantes palestinos, árabes e judeus, e defende a coexistência dos Estados de Israel e da Palestina.

Além disso, o partido advertiu que a retaliação do governo de Israel configura um genocídio contra a população de Gaza, através de uma série de crimes de guerra, como o corte de água potável, energia, alimentos e remédios, além dos bombardeios contra a população civil. A nota citou ainda o fato alarmante de que, enquanto a embaixada divulgava sua nota contra o PT, cerca de 500 civis eram assassinados no bombardeio a um grande hospital em Gaza.

O PT ressaltou que o governo que fez um ataque desta natureza não tem autoridade moral para falar em direitos humanos. A nota enfatizou que todos têm direito a defender seu povo, mas que a busca por justiça não se confunde com vingança, e não pode ser alcançada através da Lei de Talião.

Além disso, o PT lembrou que sua posição é semelhante à da porta-voz da ONU para Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, que afirmou que não se pode ter uma punição coletiva como resposta aos ataques do Hamas.

O caso chileno também chamou a atenção, pois o presidente Gabriel Boric foi repudiado pelos representantes de Israel no país devido à sua “demora em condenar os ataques”. Boric se pronunciou oficialmente apenas dois dias depois do ataque do Hamas, inicialmente em sintonia com a narrativa de Tel Aviv, mas posteriormente se mostrou contra os ataques indiscriminados contra civis em Gaza e a ocupação ilegal do território palestino durante décadas.

O chanceler do Chile, Alberto Van Klaveren, também entrou no debate, destacando que o uso da força contra civis nunca é aceitável em conflitos armados, nem mesmo no exercício da defesa legítima, e apelou para que todas as partes envolvidas nos atos de violência respeitem esse princípio básico.

Assim como Boric, o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador também demorou dois dias para dar sua primeira declaração sobre os acontecimentos no Oriente Médio. O mandatário expressou seu profundo respeito pelo governo e pelo povo de Israel, mas afirmou que o governo do México repudia a guerra promovida em Gaza, defendendo o direito à vida como o direito humano mais importante. A declaração recebeu críticas da embaixada de Israel no México, que esperava uma posição mais enérgica e determinada diante da situação.

É evidente que os acontecimentos recentes na Faixa de Gaza têm gerado grandes debates e divergências de opinião entre líderes políticos e diplomáticos ao redor do mundo. Enquanto uns defendem a atuação de Israel como uma resposta legítima a ataques de grupos terroristas, outros condenam a retaliação considerada desproporcional e o impacto negativo na população civil palestina. É um tema sensível e complexo que continua a gerar controvérsias e exigir uma busca por soluções pacíficas e justas.

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