Para Berenice, é fundamental que a esquerda esteja nas ruas, manifestando-se em frente a espaços de poder, como o Itamaraty, o Palácio do Planalto e a Embaixada dos Estados Unidos. Ela ressalta que o Brasil tem enfrentado dificuldades em retomar as ruas como um espaço de luta, não apenas em relação à questão Palestina, mas como uma forma histórica de luta.
De acordo com a socióloga, o Brasil não conseguiu reproduzir as mobilizações massivas contra o genocídio registradas em outros países, como a França, que mesmo com a proibição de manifestações pró-Palestina, viu milhares de pessoas indo às ruas. Berenice acredita que a esquerda brasileira é tímida e que há um acovardamento de deputados e senadores no parlamento, além do medo generalizado de perseguição política.
A professora aponta ainda que desde a ofensiva do grupo de resistência palestina Hamas contra Israel, em outubro de 2023, lideranças políticas e intelectuais de esquerda que apoiam o povo palestino têm sido alvo de perseguição jurídica, política e de difamação.
Berenice destaca a necessidade de dar consequências ao diagnóstico do genocídio, como fez o ex-presidente Lula, que declarou ser um genocídio o que Israel tem feito contra o povo palestino. Ela defende que é preciso parar o genocídio e que existe uma disjunção entre o diagnóstico e a ação no campo da esquerda, ressaltando que não se pode normalizar o genocídio.