Professora de Sociologia da UnB, alvo de perseguições sionistas por denunciar genocídio, defende retorno da esquerda às ruas.

Professora de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), Berenice Bento tem sido alvo de perseguições sionistas por denunciar o genocídio do povo palestino. Em entrevista ao Brasil de Fato DF, ela destacou a importância de a esquerda retomar as ruas, que foram ocupadas nos últimos anos pela extrema direita, em vez de se concentrar apenas no ativismo nas redes sociais.

Para Berenice, é fundamental que a esquerda esteja nas ruas, manifestando-se em frente a espaços de poder, como o Itamaraty, o Palácio do Planalto e a Embaixada dos Estados Unidos. Ela ressalta que o Brasil tem enfrentado dificuldades em retomar as ruas como um espaço de luta, não apenas em relação à questão Palestina, mas como uma forma histórica de luta.

De acordo com a socióloga, o Brasil não conseguiu reproduzir as mobilizações massivas contra o genocídio registradas em outros países, como a França, que mesmo com a proibição de manifestações pró-Palestina, viu milhares de pessoas indo às ruas. Berenice acredita que a esquerda brasileira é tímida e que há um acovardamento de deputados e senadores no parlamento, além do medo generalizado de perseguição política.

A professora aponta ainda que desde a ofensiva do grupo de resistência palestina Hamas contra Israel, em outubro de 2023, lideranças políticas e intelectuais de esquerda que apoiam o povo palestino têm sido alvo de perseguição jurídica, política e de difamação.

Berenice destaca a necessidade de dar consequências ao diagnóstico do genocídio, como fez o ex-presidente Lula, que declarou ser um genocídio o que Israel tem feito contra o povo palestino. Ela defende que é preciso parar o genocídio e que existe uma disjunção entre o diagnóstico e a ação no campo da esquerda, ressaltando que não se pode normalizar o genocídio.

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