Procurador recomenda que Abin não receba informações da PF devido a indícios de “Abin paralela”: quais os fatos investigados?

O parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, recomenda que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não receba informações apuradas pela Polícia Federal devido a possíveis indícios de interferência nas investigações. Segundo Gonet, há suspeitas de que as novas gestões da instituição têm tentado evitar uma apuração aprofundada dos fatos, relacionados a uma suposta organização criminosa responsável por ataques sistemáticos a adversários políticos, ao sistema eleitoral e às instituições públicas.

A investigação da chamada “Abin paralela” aponta para a obtenção clandestina de dados sensíveis e propagação de notícias falsas, indicando a necessidade de uma reformulação na agência de inteligência para evitar que continue sendo utilizada em ações ilícitas. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é instado a promover uma renovação na Abin, submetendo-a a um controle externo mais rigoroso, inclusive parlamentar, e instituindo regulamentos mais rígidos.

O relatório de Gonet também revela que a Abin foi utilizada para realizar ações clandestinas que incluíam a integração de funcionários públicos na Presidência da República, visando produzir desinformação contra opositores. O ex-secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, afirmou em entrevista que o filho do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, tentou criar uma “Abin paralela” devido à falta de confiança na agência oficial.

A extinção da Abin como medida preventiva para evitar a criação de centros de espionagem clandestina em outros departamentos do governo é discutida como uma alternativa para conter possíveis abusos. No entanto, essa ação levanta questionamentos sobre a capacidade do Estado em lidar com gangues estatais de espiões. Além disso, a postura dos aliados de Bolsonaro, como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, também é questionada diante dessas revelações.

Em resumo, o cenário apontado pelo procurador-geral da República indica a necessidade de medidas urgentes para impedir o uso indevido da Abin em atividades ilegais e garantir a transparência e a ética na atuação dos órgãos de inteligência do país.

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