A investigação da chamada “Abin paralela” aponta para a obtenção clandestina de dados sensíveis e propagação de notícias falsas, indicando a necessidade de uma reformulação na agência de inteligência para evitar que continue sendo utilizada em ações ilícitas. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é instado a promover uma renovação na Abin, submetendo-a a um controle externo mais rigoroso, inclusive parlamentar, e instituindo regulamentos mais rígidos.
O relatório de Gonet também revela que a Abin foi utilizada para realizar ações clandestinas que incluíam a integração de funcionários públicos na Presidência da República, visando produzir desinformação contra opositores. O ex-secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, afirmou em entrevista que o filho do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, tentou criar uma “Abin paralela” devido à falta de confiança na agência oficial.
A extinção da Abin como medida preventiva para evitar a criação de centros de espionagem clandestina em outros departamentos do governo é discutida como uma alternativa para conter possíveis abusos. No entanto, essa ação levanta questionamentos sobre a capacidade do Estado em lidar com gangues estatais de espiões. Além disso, a postura dos aliados de Bolsonaro, como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, também é questionada diante dessas revelações.
Em resumo, o cenário apontado pelo procurador-geral da República indica a necessidade de medidas urgentes para impedir o uso indevido da Abin em atividades ilegais e garantir a transparência e a ética na atuação dos órgãos de inteligência do país.