Segundo a denúncia, Boluarte teria recebido três relógios Rolex, um brinco de diamantes e uma pulseira com 94 pedras preciosas do governador regional de Ayacucho, Wilfredo Oscorima. O Ministério Público aponta que a presidente cometeu os crimes de suborno, enriquecimento ilícito e omissão por não declarar os bens recebidos. Essa acusação se junta a uma série de envolvimentos de presidentes peruanos em casos de corrupção nos últimos 25 anos.
Boluarte, que assumiu o cargo em dezembro de 2022 após uma série de instabilidades políticas no país, conta com o apoio de partidos de direita no Parlamento, o que torna menos provável a sua destituição antes do término do mandato, em 2026. A presidente, por sua vez, enfrenta uma alta taxa de desaprovação entre os peruanos, com 88% de reprovação em uma pesquisa do Ipsos.
Em depoimento à Procuradoria, Boluarte afirmou que os relógios foram dados como empréstimo pelo governador de Ayacucho e que foi um erro aceitá-los nessa condição. Em meio às investigações, a casa da presidente foi alvo de busca policial em março, levando Boluarte a acusar a Procuradoria de perseguição. Meses depois, ela dissolveu a unidade da polícia responsável pela operação contra ela.
Apesar das acusações e do aumento da pressão, Boluarte afirmou em abril que não renunciará ao cargo e assegurou que sairá do Palácio Presidencial “com as mãos limpas”, mantendo sua posição de inocência diante das acusações de corrupção que pesam sobre ela. O caso agora aguarda avaliação e votação no Congresso peruano, em um processo que não tem prazo definido para ser concluído.