Essa declaração de Saab ocorre em um contexto de distanciamento entre Lula e o regime chavista de Nicolás Maduro, após a contestada eleição de Maduro em julho. O governo brasileiro pediu a divulgação das atas eleitorais para comprovar o resultado, porém tais documentos nunca foram oficialmente apresentados. A oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado e Edmundo González, denunciou fraudes no pleito.
Lula, assim como Bóric, não reconheceu a vitória de Maduro e chegou a sugerir a realização de um novo pleito para solucionar a crise política na Venezuela. Enquanto isso, a chancelaria venezuelana tentou minimizar as declarações de Saab, classificando-as como de “caráter personalíssimo” e reafirmando o respeito ao líder brasileiro.
Por outro lado, Saab é conhecido por suas ações jurídicas controversas contra opositores, jornalistas e ativistas na Venezuela. Após a eleição de Maduro, ele emitiu mandados de prisão contra diversos líderes antichavistas, levando alguns deles, como González, ao exílio na Espanha.
Lula, juntamente com o presidente colombiano Gustavo Petro, tem buscado uma saída negociada para a crise política na Venezuela. Apesar da acusação de Saab, o líder brasileiro ainda não se pronunciou sobre o assunto. A discordância entre Lula e o regime chavista evidencia um cenário de divisão e tensão política na América Latina.