De acordo com o especialista Tremacoldi-Rossi, há um problema logístico a ser enfrentado, mas que provavelmente não será permanente. Mesmo que boa parte do arroz ainda esteja no estado em que foi produzido, a expectativa é de que em breve ele comece a ser distribuído para outros destinos. No entanto, há uma preocupação em relação aos possíveis efeitos do choque climático que podem se prolongar e afetar a próxima safra, impactando a produtividade por até três anos.
Diante desse cenário, o Brasil precisou adotar medidas para garantir o abastecimento do produto no mercado. Com a importação de arroz de países do Mercosul, a nova política de importação implementada pelo governo pode impactar diretamente a relação comercial com outros países exportadores, como a Tailândia. O economista Denis Medina alerta para os possíveis efeitos negativos no mercado, especialmente em relação ao preço do arroz, que pode ser artificialmente reduzido pelo governo.
Para Medina, uma saída mais eficiente para garantir a estabilidade do mercado seria investir na reconstrução da infraestrutura no Rio Grande do Sul, principal estado produtor de arroz no país. A melhoria das estradas, acessos e estruturas de armazenamento poderiam evitar prejuízos aos produtores locais e garantir a segurança no abastecimento do produto. No entanto, o especialista ressalta que o governo tem investido pouco nessa área, o que pode comprometer a estabilidade do mercado agrícola a longo prazo.