Para Netanyahu, é crucial obter uma vitória para manter-se politicamente vivo, mesmo diante das críticas internacionais sobre os métodos violentos usados em sua abordagem. Por outro lado, Biden enfrenta a desaprovação de quase 60% dos americanos em relação à sua conduta em relação à guerra. O presidente pode denunciar a brutalidade da incursão para evitar um divórcio com eleitores jovens da base democrata, mas não tem condições de abandonar a parceria histórica com Israel.
A opinião do eleitorado israelense também desempenha um papel decisivo nesse contexto. A maioria dos eleitores israelenses acredita que o país segue as regras internacionais da guerra e que o sofrimento dos civis deve contar pouco ou nada para o planejamento do conflito. Além disso, as declarações de Netanyahu desafiaram a ideia de avançar para uma solução para o estabelecimento de dois Estados na região, chegando a afirmar que se orgulha de ter trabalhado contra a formação de um Estado palestino.
Diante desse contexto, a pressão de Biden sobre Israel é limitada, dadas as dificuldades internas que enfrenta e a importância estratégica da parceria histórica com o país. Enquanto isso, Netanyahu aposta em uma resposta rápida e eloquente para garantir sua sobrevivência política, ainda que enfrente críticas e desafios internacionais.
Esse cenário de tensão e desafios políticos demonstra a complexidade das relações internacionais, especialmente em contextos de conflitos e disputas territoriais delicadas. A situação em Gaza envolve não apenas questões de segurança e direitos civis, mas também interesses geopolíticos e políticos internos que precisam ser cuidadosamente considerados e abordados.