As discussões ocorreram após uma semana de confrontos que resultaram na morte de seis pessoas, em meio aos protestos contra os planos que permitiriam que milhares de franceses residentes na Nova Caledônia há 10 anos pudessem votar. Paris argumenta que a medida é necessária para aprimorar a democracia, enquanto os líderes indígenas Kanaks temem que a reforma dilua seu poder de voto e prejudique futuros referendos sobre a independência.
Macron enfatizou seu compromisso com a paz e afirmou que a reforma eleitoral só será implementada caso um consenso amplo seja alcançado sobre o futuro da ilha. Ele também destacou a importância de remover os bloqueios nas estradas para que o Estado de Emergência possa ser suspenso.
A Nova Caledônia é um território rico em níquel, ocupando o terceiro lugar mundial na produção desse metal. No entanto, o setor enfrenta uma crise e cerca de um quinto da população vive abaixo da linha da pobreza, evidenciando as grandes desigualdades econômicas presentes na ilha.
A legitimidade da reforma eleitoral e do referendo de 2021, que indicou a maioria contrária à independência, foram temas debatidos durante as negociações. Macron ressaltou que a reforma eleitoral possui legitimidade democrática ao ter sido aprovada pelos parlamentares em Paris. No entanto, a oposição dos partidos pró-independência e a recusa de muitos indígenas Kanaks em participar do referendo evidenciam a complexidade da situação política na Nova Caledônia.