Localizada nos municípios de Mangaratiba, Itaguaí e Rio de Janeiro, a Restinga da Marambaia possui uma extensão de aproximadamente 42 km e é separada do continente pelo Canal do Bacalhau, em Barra de Guaratiba. Além disso, a região abriga uma das últimas reservas de mata atlântica do sudeste brasileiro, grandes áreas de restinga, praias, dunas e manguezais.
A comunidade quilombola de Marambaia representa atualmente 124 famílias e teve seu território titulado pelo Incra em outubro de 2015. Esta associação liderou projetos de limpeza e preservação da natureza, comunicação e negociação da titulação do território. Além disso, o Grupo Cultural Filhos da Marambaia realiza diversas atividades culturais, como apresentações de jongo, capoeira, danças de roda e palestras.
A história da Restinga da Marambaia remonta ao período colonial, quando as terras onde hoje vive a comunidade quilombola de Marambaia pertenceram ao traficante de escravos Joaquim José de Souza Breves, conhecido como Comendador Breves. Ele atuou no tráfico de pessoas entre 1837 e 1852, usando a propriedade para manter os escravizados em um período de quarentena, antes de enviá-los ao trabalho nos cafezais.
O acesso à Restinga da Marambaia é restrito devido à área militar, e outros presidentes, como Jair Bolsonaro, Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso, já estiveram no local. O estado do Rio de Janeiro conta atualmente com 20.344 quilombolas, de acordo com o Censo de 2022 do IBGE.
A comunidade quilombola da Ilha da Marambaia, apesar de suas restrições à visitação pública, realiza diversas atividades culturais e participa de festas tradicionais na região e até mesmo fora do Brasil. A luta pela preservação do território e da cultura quilombola é uma realidade viva na Restinga da Marambaia, que hoje representa um importante marco histórico e cultural no estado do Rio de Janeiro.