Presidente Lula critica Congresso por derrubar veto do Marco Temporal em cerimônia de retorno do Manto Sagrado Tupinambá ao Brasil.

Em um evento marcante que reuniu autoridades e representantes dos povos indígenas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao Congresso Nacional em seu discurso na Cerimônia de Celebração do Retorno do Manto Sagrado Tupinambá ao Brasil. Lula expressou sua indignação com a derrubada do veto presidencial que impedia a aplicação da tese do Marco Temporal, uma medida que limita as reivindicações de terras indígenas.

Ao se dirigir aos presentes no evento, o presidente afirmou: “Quando eu vetei o Marco Temporal, eu imaginei que o Congresso não teria coragem de derrubar o meu veto, e ele teve. Porque a maioria dos congressistas não têm compromisso com nenhum povo indígena, o compromisso deles é com grandes fazendas, com grandes propriedades”. Essa declaração de Lula reflete sua preocupação com a priorização de interesses econômicos em detrimento dos direitos e da preservação das terras indígenas.

A tese do Marco Temporal tem gerado controvérsias e divergências entre os poderes. Enquanto o Supremo Tribunal Federal considera a medida inconstitucional, o Congresso Nacional aprovou uma lei sobre o assunto que acabou sendo vetada e posteriormente derrubada por Lula. O presidente reiterou sua posição contrária à tese e destacou que a discussão continua em andamento na Suprema Corte federal.

A cerimônia de celebração do retorno do Manto Sagrado Tupinambá ao Brasil foi realizada no Rio de Janeiro, na Biblioteca Central do Museu Nacional, e contou com a presença de representantes do Ministério dos Povos Indígenas. O manto, objeto raro e sagrado para o povo Tupinambá, estava sob posse do Museu da Dinamarca e foi trazido de volta ao Brasil no início do mês de julho deste ano.

O evento marcou um momento significativo de valorização e respeito à cultura indígena, reafirmando a importância da preservação das tradições e do reconhecimento dos direitos dos povos originários. A discussão sobre o Marco Temporal e a garantia dos territórios indígenas permanecem como temas relevantes e urgentes no cenário político brasileiro.

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