Milei recentemente anunciou que não permitirá o bloqueio de ruas, conhecido como “piquete”, e prometeu cortar programas de assistência social daqueles que forem identificados obstruindo ruas. Isso tem gerado preocupação e mobilização por parte de movimentos sociais, sindicatos, advogados e organizações de direitos humanos.
A concentração dos manifestantes está prevista para acontecer em frente ao Congresso Nacional, com a caminhada até a Casa Rosada programada para seguir um trajeto semelhante ao que Milei fez ao tomar posse. No entanto, a expectativa é de que o protesto bloqueie algumas das principais vias do centro de Buenos Aires, o que gera preocupação em relação à reação das forças de segurança e dos manifestantes diante de eventuais impasses.
Além disso, o protesto acontece no mesmo dia em que, 22 anos atrás, um caos social tomou a Argentina e terminou com vítimas fatais e uma violenta repressão na Praça de Maio. Este ano, o ato ganhou força e somou diversas organizações depois que o governo de Milei anunciou duros cortes de gastos, visando acabar com o déficit fiscal e frear a inflação, que atingiu os 160% anuais em novembro.
Após assumir o cargo, o presidente ultraliberal também acabou com o controle de preços e desvalorizou fortemente o peso, causando uma onda de remarcações de preços e afetando o poder de compra da população. Ele também anunciou a suspensão de obras públicas, redução de subsídios, enxugamento de repasses às províncias e aumentou temporariamente impostos a importações e exportações, ao mesmo tempo em que aumentou os valores de benefícios sociais aos mais pobres, que agora promete cortar a quem bloquear as ruas.
Diante desse cenário de conflitos e incertezas, a Argentina se prepara para um dia de tensão e mobilização social, com reflexos e desdobramentos que ainda estão por se desenrolar. Esta situação marca um momento crucial na história recente do país, com implicações políticas e sociais impactantes que precisarão ser acompanhadas e analisadas atentamente.