De acordo com informações divulgadas, são 2.456 lobistas das petroleiras presentes na COP28, um número que está abaixo apenas da delegação brasileira, com 3.081 pessoas, e dos anfitriões, os Emirados Árabes Unidos, com 4.409 participantes. Diante disso, ativistas e membros de organizações não governamentais expressaram preocupação com a influência desses representantes no andamento das negociações.
Segundo Alexia Leclercq, cofundadora de uma coligação de ativistas, a presença das empresas de combustíveis fósseis na conferência representa um obstáculo ao avanço das discussões sobre o combate às mudanças climáticas. Ela questiona se as empresas, como a Shell, Chevron e a ExxonMobil, estão realmente enviando lobistas para apoiar soluções climáticas ou se estão prioritizando o lucro em detrimento do meio ambiente.
Além disso, a nomeação do presidente da COP28, Sultan Al Jaber, que também é chefe da petroleira estatal dos Emirados Árabes Unidos, levantou questionamentos e críticas. O presidente da conferência declarou, antes do evento, que “não há ciência” que comprove a necessidade da redução do uso de combustíveis fósseis para frear os efeitos da mudança climática, uma declaração que gerou polêmica.
Durante a COP28, a Organização Mundial de Meteorologia divulgou dados que indicam que a queima de petróleo, gás natural e carvão já causou um aumento de 1,4°C na temperatura média da Terra desde a era pré-industrial. A comunidade científica associa esse aumento de temperatura a diversas consequências negativas, como o aumento do nível do mar, eventos climáticos extremos e desequilíbrio de ecossistemas.
Diante desse cenário, críticos apontam que a presença e influência das empresas do setor de petróleo na COP28 representam um entrave para o avanço das negociações e a busca por soluções efetivas para as mudanças climáticas. A atuação e posicionamento dessas empresas durante o evento têm gerado debates e controvérsias, com ativistas e organizações alertando para a importância de priorizar ações efetivas de combate ao aquecimento global.