No ano passado, 42% dos ingressantes em todo o sistema superior de educação brasileiro optaram pela Educação à Distância (EaD) de Instituições mantidas por seis grandes grupos privados. Essa situação tem preocupado especialistas da área de educação e entidades como o Conced (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e a Frente Parlamentar Mista da Educação, que assinaram recentemente uma carta ao MEC em defesa de mudanças estruturais na formação inicial de professores no Brasil.
O Ministério da Educação (MEC) também tem se mostrado preocupado com a situação e anunciou uma consulta pública sobre cursos de graduação EaD, buscando medidas para melhorar a qualidade do ensino superior. Vale ressaltar que existem bons exemplos de oferta de cursos na modalidade EaD, como é o caso do consórcio Cederj, que reúne sete universidades públicas e tem demonstrado desempenho no Enade equivalente aos estudantes de cursos presenciais.
É necessário, no entanto, um grande esforço do MEC para combater as más práticas de cursos EaD dos grandes grupos privados, como o que foi realizado no passado pelo então Ministro Fernando Haddad. Em 2006, diante do crescimento exponencial de cursos de baixa qualidade na modalidade EaD, o MEC contou com o apoio de especialistas e técnicos para supervisionar e estabelecer regras de regulação que funcionaram para tolher os abusos cometidos à época.
Diante desse cenário, a consulta pública promovida pelo MEC apresenta propostas para avaliar e controlar a qualidade dos cursos de graduação EaD. No entanto, é fundamental que essas medidas sejam efetivas e realmente impactem a qualidade do ensino, a fim de garantir uma Educação Superior de qualidade para a juventude brasileira. Portanto, é imprescindível que o MEC conte com o apoio irrestrito de professores e demais especialistas para supervisionar e melhorar a oferta de Educação à Distância no país.