Ricardo Wright trabalha como assistente parlamentar do senador Alan Rick (União Brasil-AC), que é um grande apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Segundo informações divulgadas pelo site Poder360 e confirmadas pelo Estadão, o advogado é mencionado no despacho do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que autorizou a Operação Vigilância Aproximada – cujo principal alvo foi o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, atualmente deputado (PL-RJ).
O documento de Moraes atribui a Ricardo Wright a autoria de um relatório denominado Prévia Nini.docx, que, de acordo com os investigadores, tenta relacionar ministros do STF a membros do PCC. Tal conteúdo falso chegou a circular em grupos bolsonaristas.
Segundo a PF, durante o governo anterior, foi montada uma “estrutura paralela” na agência de inteligência para monitorar adversários de Bolsonaro e favorecer os filhos do ex-presidente. “As ações apresentaram viés político de grave ordem representando mais um evento de instrumentalização da Agência Brasileira de Inteligência”, reafirmou a corporação.
Ricardo Wright é funcionário comissionado do gabinete de Alan Rick, tendo sido nomeado pelo senador para as funções que exerce atualmente. Ele já trabalhava para Rick desde junho de 2021, quando o acriano era deputado federal. Com a promoção de Rick para o Senado, Ricardo Wright migrou para o novo cargo. Além disso, o advogado já representou o parlamentar da União Brasil em pelo menos cinco processos judiciais.
Por sua vez, a assessoria de Alan Rick enfatizou que o senador não tem controle sobre as atividades privadas de seus funcionários. “Após tomar conhecimento do fato, fui informado de que, no âmbito de sua atuação advocatícia privada, ele prestou serviços à Associação dos Servidores da Abin”, declarou Rick. Ressaltou ainda que confia na Justiça e que acredita que as investigações demonstrarão que a veiculação do nome de Ricardo Wright na investigação é apenas um mal-entendido.
Alan Rick, eleito senador nas eleições de 2022, é jornalista, apresentador de TV e pastor evangélico. No início do ano passado, Rick teve suas contas nas redes sociais bloqueadas por suspeita de apoiar os atos do 8 de Janeiro. No entanto, o ministro Alexandre de Moraes somente liberou o acesso do parlamentar às redes após um pedido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Esta notícia é do jornal O Estado de S. Paulo.