A coalizão que apoia o governo de Lula e a oposição bolsonarista são frequentemente vistas como representantes de extremos opostos, o que nem sempre reflete a realidade política do país. A presença de figuras moderadas como José Mucio Monteiro Filho e André Fufuca em cargos ministeriais e de aliados como Rodrigo Pacheco mostram que a polarização pode ser um conceito simplista.
Recentemente, uma pesquisa do Datafolha revelou uma disputa acirrada pela prefeitura de São Paulo entre Guilherme Boulos, do PSOL, e Ricardo Nunes, do MDB, ambos com cerca de 30% das intenções de voto. Esse resultado foi interpretado como um reflexo da polarização nacional entre o governo Lula e o bolsonarismo.
Os levantamentos de opinião pública captam apenas a preferência dos eleitores, sem entrar nas razões por trás de suas escolhas. A antecipação do apoio a determinados candidatos pode estar relacionada à influência de lideranças políticas nacionais ou à maior visibilidade dos próprios concorrentes.
Desde 1985, a competição política em São Paulo tem sido marcada pelo embate entre centro-esquerda e direita, com o PT ocupando o espaço da centro-esquerda e diferentes expressões da direita representadas por candidatos conservadores. Essa dinâmica tem se mantido ao longo dos anos, com novos atores ocupando o cenário político, mas mantendo as mesmas características básicas.
Em resumo, a polarização política no Brasil não pode ser reduzida a uma dicotomia entre extremos, e a interpretação dos resultados eleitorais deve levar em consideração a complexidade do cenário político do país.