Segundo a denúncia apresentada pelo vice-procurador-geral da República, Hidenburgo Chateaubriand, Domingos Brasão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e Chiquinho Brazão, deputado federal (União-RJ), foram denunciados por homicídio e organização criminosa. A PGR destacou que o assassinato ocorreu por motivo torpe e mediante emboscada para dificultar a defesa de Marielle e Anderson.
De acordo com a Procuradoria, Marielle era uma opositora ativa em relação aos interesses econômicos dos irmãos Brazão, que detinham terras em áreas dominadas por milícias no Rio de Janeiro. A morte da vereadora, afirma a PGR, significava eliminar um obstáculo e dissuadir outros políticos do grupo de oposição de imitar sua postura.
Além disso, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, também está sendo acusado de dar orientações para a realização dos disparos que vitimaram Marielle e Anderson. A denúncia destacou que Barbosa orientou os criminosos a não executarem o crime em um trajeto que pudesse ser vinculado à Câmara Municipal, a fim de dissimular a motivação política do assassinato.
Os acusados também vão responder pela tentativa de assassinato de Fernanda Chaves, então assessora de Marielle, que estava no carro no momento do crime e conseguiu sobreviver.
A defesa dos acusados ainda não teve acesso à denúncia e às delações apresentadas pela PGR. Os advogados alegaram que nenhum dos investigados foi ouvido antes da denúncia, em desacordo com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que havia determinado a oitiva dos envolvidos logo após a prisão. Eles afirmam que as acusações são baseadas apenas na narrativa do assassino confesso, sem apresentar provas que sustentem a versão dos acusados.