As declarações de Prates vêm um dia depois de o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmar que o Brasil pretende aderir ao acordo de cooperação da Opep+, uma plataforma de diálogo aberta a todos os países produtores de petróleo, sem as obrigações de cotas dos membros do grupo.
“Vamos analisar a viabilidade de estabelecer uma subsidiária integral no Golfo: Petrobras Arábia”, disse Prates em mensagem de texto. Ele também destacou que o Brasil produz mais de 3 milhões de barris de petróleo por dia, uma produção semelhante à de países como Irã e Emirados Árabes Unidos, que são membros da Opep.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem reforçado os laços com a Opep+, como parte de sua agenda mais ampla de representar o mundo em desenvolvimento. Prates viajou a Viena em julho para um evento da Opep+, e ajudou a intermediar a visita ao Brasil do secretário-geral do grupo, Haitham Al-Ghais, em outubro, para reunião com Lula.
Além disso, a Petrobras planeja explorar “empreendimentos mutuamente complementares” com membros da Opep+, tanto no golfo Pérsico como no Brasil. A empresa também está estudando a criação de uma subsidiária chinesa como parte dos planos de expansão internacional de Prates.
A possível abertura de uma unidade no Oriente Médio representa uma nova estratégia da Petrobras para fortalecer sua presença global e estabelecer parcerias estratégicas com importantes atores do mercado de petróleo. A adesão ao acordo de cooperação da Opep+ demonstra o interesse do Brasil em participar ativamente das discussões e decisões globais relacionadas ao setor petrolífero. A decisão final da Petrobras dependerá dos resultados do estudo de viabilidade da subsidiária no Golfo e das condições do mercado internacional de petróleo.