Durante a era soviética, os armênios sentiam-se discriminados pela república do Azerbaijão, que supostamente reprimia a língua e cultura armênias. Em 1988, quando a União Soviética começou a se fragmentar, um referendo foi realizado em Nagorno-Karabakh para decidir sobre a transferência da região para a Armênia. Tal decisão desencadeou uma onda de violência por parte do Azerbaijão contra a população armênia.
Essas ex-repúblicas soviéticas vizinhas protagonizaram duas guerras ao longo das últimas três décadas, a primeira entre 1989 e 1994, e a segunda no outono de 2020. A última guerra deixou um cessar-fogo instável em seu desfecho e, no final de 2022, os azerbaijanos impuseram um bloqueio ao corredor de Lachin, prejudicando severamente a população local.
Diante desse contexto, a historiadora Wendy Goldman destaca que conflitos étnicos pós-colapso da União Soviética foram recorrentes, com identidades nacionalistas, étnicas e religiosas sendo usadas como ferramentas de mobilização e divisão. Grandes potências externas também alimentaram esses conflitos em busca de influência regional.
A partir da guerra de 2020, o Azerbaijão implementou medidas de controle severas, transformando a vida dos habitantes de Karabakh em um cenário de cerco e escassez. A cidade de Stepanakert, antes lar de milhares de armênios, passou a ser vigiada pela polícia azerbaijana, com a maioria da população sendo expulsa.
Embora um acordo de paz trilateral tenha sido alcançado em 2023, as hostilidades entre Azerbaijão e Armênia persistem, com o Azerbaijão buscando estabelecer o chamado Corredor de Zangezur através de território armênio. A contínua disputa evidencia que as rivalidades entre essas nações não se dissiparam totalmente.