Entretanto, o pensador marxista, que reiterou diversas vezes que não pretendia deixar a Rússia, foi criticado por sua recusa em atender os apelos por sair do país. Durante sua declaração à imprensa antes da sessão, Kagarlitsky mostrou confiança em ganhar o julgamento, mas afirmou que, caso isso não acontecesse, teriam que lutar por sua libertação.
Apesar da decisão da corte militar, houve descontentamento no meio político, como expressou o politólogo Serguei Markov, que comentou que a condenação de Kagarlitsky seria prejudicial para o prestígio da Rússia no cenário internacional. Na mesma linha, o próprio Kagarlitsky tentou acalmar seus familiares e seguidores, dizendo que “tudo vai se resolver” no final.
Além disso, o político Boris Nadezhdin teve sua candidatura às eleições presidenciais negada pela Comissão Central Eleitoral (CCE) da Rússia. A justificativa foi que as assinaturas de apoio à sua candidatura possuíam muitas irregularidades ou não foram apresentadas conforme o formato estabelecido. Nadezhdin, em suas propostas políticas, defendia a paz com a Ucrânia, o que lhe rendeu apoio e simpatia da população.
No entanto, a CCE considerou apenas 95.500 das 105 mil assinaturas apresentadas por Nadezhdin como válidas, negando o registro de sua candidatura. O candidato pretende apelar da decisão perante a Suprema Corte, alegando que houve irregularidades no processo que precisam ser revistas.
A atenção a esses dois casos reflete a tensão política vivida na Rússia no momento, com o fortalecimento da oposição e a repressão às vozes críticas ao governo.